VirtùNews
Sem resultados
Ver todos os resultados
  • Home
  • Entrevistas
  • Política
  • Economia e Negócios
  • Reformas Estruturais
  • Infraestrutura
  • Home
  • Entrevistas
  • Política
  • Economia e Negócios
  • Reformas Estruturais
  • Infraestrutura
Sem resultados
Ver todos os resultados
VirtùNews
Sem resultados
Ver todos os resultados
Home ESG

A Bacia do Carbono é nossa

novembro 11, 2020
em ESG
Tempo de leitura: 4 mins
0
0
A Bacia do Carbono é nossa
TwitterLinkedinWhatsapp

O Brasil tem a maior reserva natural do mundo. Em um novo mapa do mundo, no qual a natureza tem valor central, a Bacia Amazônica poderá se tornar a “Bacia do Carbono”, polo tecnológico de produção e gerenciamento de vida.

Artigo de Julia Marisa Sekula | economista e cientista política 

Mapas solucionam as nossas limitações espaciais como seres humanos e nos permitem desenhar, demarcar e organizar o único espaço físico que a humanidade tem como ponto em comum: a Terra. Tanto a luta pela demarcação de territórios como sua imposição têm sido objeto de conflitos violentos no decorrer da história. Até hoje, o nosso Brasil é repleto de exemplos disso. Contudo, mapas também têm outra função: a de guia.

Num contexto em que poder nacional não está mais relacionado a estratégias de colonização territorial, quais serão os fatores que trarão mais oportunidades para alguns países, e desafios para outros? Diante de um futuro incerto provocado pelas ameaças climáticas, como dividiremos essa terra que continua sendo a única proposta viável de vida? No meio de tanta polarização, como saberemos por onde caminhar enquanto nação? O mapa de produtividade primária apresenta uma solução. Nele, o Brasil surge imenso. Verde. Abundante.

Artigosrelacionados

Licenciamento Ambiental: Jogando o bebê fora com a água do banho

Três projetos urgentes ao meio ambiente

Gesner Oliveira e Artur Villela Ferreira | O Brasil como potência verde

Mapa da Produtividade Primária

O mapa da produtividade primária mostra o mundo através da simbiose de luz, água e solo – ou seja, fotossíntese, elemento que define o crescimento de alimentos (plantas) e da nossa infraestrutura florestal (serviços de absorção de carbono, ar limpo e chuvas). Diferentemente dos mapas tradicionais, que delimitam as fronteiras entre água e terra e priorizam quantidade, este é um mapa que preza pela qualidade do solo, apresentando quanto cada país produz de vida na Terra – com duas implicações relevantes.

Implicação estratégica

A primeira delas é a estratégica. A ONU estima que até 2050 – ou seja, ao longo dos próximos sete mandatos presidenciais – a população global chegará a quase 10 bilhões de habitantes. A densidade dessas populações se concentrará mais na Ásia e na Europa, que, por sua vez, aparecem menores no novo mapa por conta de sua baixa produtividade primária. Essa dicotomia acarretará, por exemplo, o aumento drástico das importações de alimentos. Muitas dessas mesmas regiões também sentirão as ameaças climáticas profundamente (a Índia, por exemplo, é o pais que mais duramente deve ser atingido no mundo). Isso gera uma demanda histórica para o Brasil e uma responsabilidade com que ele terá de lidar: providenciar a produção de alimentos, bem como a conservação e o reflorestamento da Amazônia para combater as ameaças climáticas.

Usando uma analogia (apesar de uma analogia que remonta a conceitos ultrapassados), a história dos últimos dois séculos é frequentemente contada a partir da história do petróleo. O petróleo tem sido o maquinário de desenvolvimento para alguns países, e uma fonte de conflito para outros – justamente pela escassez e pela dependência dessa commodity no mundo. As dinâmicas de um futuro de economia verde e crédito de carbono não serão diferentes. Como o mapa bem mostra, haverá polos de produção de vida no mundo, dos quais o Brasil é o mais relevante. Independentemente das crenças do governo atual (ou dos próximos), o jogo geopolítico virá. Quem definirá se desfruiremos de desenvolvimento – ou sofreremos com conflitos – somos nós, brasileiros.

Implicação econômica

A outra frente é a econômica. Quando o escritor William Gibson cunhou a frase “o futuro já chegou – só está mal distribuído”, este mapa não existia ainda. Talvez hoje teria sido “o futuro já chegou – só que está mal distribuído no Brasil”. Estamos sentados em cima da maior reserva de recursos naturais (desta vez, flora e fauna), que, além de ter um enorme potencial em mercados de carbono, proporciona, com sua biodiversidade, novas frentes em pesquisa e inovação, sobretudo na promissora área de bioeconomia. Da mesma forma que o Vale de Santa Clara, na Califórnia, se tornou o Vale do Silício, polo tecnológico de produção e gerenciamento de informação, a Bacia Amazônica, seguindo o novo mapa, poderá se tornar a “Bacia do Carbono”, polo tecnológico de produção e gerenciamento de vida.

Essa imensidão verde no novo mapa, transbordando as demarcações dos mapas tradicionais, deveria estar presente em todas as salas de aula, planos de governo, outdoors de publicidade – até (talvez, principalmente) nos papos de boteco. Hoje, não tratamos nem do mapa, nem do tema. Ignoramos ambos – e, assim, ignoramos o futuro.

Atenção permanente

Diferentemente dos mapas tradicionais, o novo mapa de produtividade primária não é estático. A capacidade de produção primária, de fotossíntese e, assim, de vida, é mantida somente quando não destruímos e/ou desgastamos a infraestrutura florestal que proporciona essa riqueza. A cada minuto – tempo para se desmatar área equivalente a um campo de futebol apenas na Amazônia, sem contar outros biomas tais como o Pantanal, o Cerrado e a Mata Atlântica –, nossa abundância diminui. Cientistas dizem que, em determinado momento no futuro próximo, caso continue o desmatamento, as florestas chegarão a um ponto de inflexão, sem retorno – que tornará a imensidão verde da Amazônia em savana. O Brasil ficará pequeno, até sumir do mapa de vez.

Tags: amazônia
Notícia anterior

Os Movimentos das Cidades: caminhos promissores pelo interior de SP

Próxima notícia

O vulcão Bolsonaro

Próxima notícia
O vulcão Bolsonaro

O vulcão Bolsonaro

Hugo Bethlem | Capitalismo consciente

Hugo Bethlem | Capitalismo consciente

Virtù nas Redes


O Virtù produz análises aprofundadas com base em dados e fatos. Compartilhamos insights sobre os verdadeiros desafios e oportunidades que impactam o bem estar do Brasil.

Assine a nossa newsletter
  • Este campo é para fins de validação e não deve ser alterado.

© 2021 Virtù News - Todos os direitos reservados.

Sem resultados
Ver todos os resultados
  • Home
  • Entrevistas
  • Política
  • Economia e Negócios
  • Reformas Estruturais
  • Infraestrutura

© 2021 Virtù News - Todos os direitos reservados.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In

Add New Playlist

Are you sure want to unlock this post?
Unlock left : 0
Are you sure want to cancel subscription?