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Home Economia e Negócios

A ciência da Pandemia

maio 28, 2020
em Economia e Negócios
Tempo de leitura: 7 mins
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A ciência da Pandemia
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No Brasil, o drama da Covid-19 é agravado pela insegurança jurídica causada pelas trombadas entre os poderes Executivo, Judiciário, estados e municípios. Mas o que fazer quando a própria ciência não tem respostas definitivas sobre o novo coronavírus? Complexo e enigmático, o SARS-Cov2 pegou de surpresa a ciência mundial de ponta. A reação esquizofrênica dos cientistas abriu caminho para que todo mundo, em especial a classe dos políticos populistas, pudesse propor qualquer solução “amparado pela ciência”. Mas lição aprendida: uma nova epidemia, com certeza, encontrará instituições preparadas para detectá-la, avaliá-la e dar-lhe combate no nascedouro.

O drama da Covid-19 no Brasil é agravado pela irracionalidade que tomou conta do País. A insegurança jurídica é apenas um exemplo paralisante. Veja se consegue acompanhar essa dança louca:

É de enlouquecer. Mas de governos e tribunais se pode esperar toda sorte de trombadas de cabeça. O que fazer, porém, quando a própria ciência não consegue dar respostas definitivas sobre como lidar de maneira eficiente contra esse novo coronavírus, um microrganismo patogênico de apenas 200 micrômetros cujo efeito sobre a vida na Terra foi a de um choque de meteoro.

A ciência está perplexa por duas razões principais:

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O que efetivamente perdemos

1) O novo coronavírus é realmente um inimigo complexo e enigmático

2) A ciência mundial de ponta foi pega de surpresa por não esperar um ataque desse tipo.

Complexo e enigmático

Biologicamente, o novo coronavírus é uma charada proposta a nós pela natureza, envolta em um enigma encapsulado por um mistério. Seu nome científico é SARS-Cov2, sigla para “segundo coronavírus causador da síndrome respiratória aguda”. Corona porque quando visto em apenas duas dimensões ao microscópio ele parece uma coroa. Segundo porque, o primeiro o SARS-COV1 havia dado as caras também na China em 2002, espalhando-se por cerca de 30 países.

O SARS-COV1, no entanto, se mostrou um bicho incapaz de se transmitir rapidamente entre pessoas. Matou centenas na China e Hong Kong. Fez 44 vítimas fatais no Canadá e ficou por isso mesmo. Nenhum outro país do Ocidente teve mortes causadas pelo vírus vindo da China. Foi esquecido.

Um outro vírus capaz de atacar o sistema respiratório de seres humanos, mais perigoso e rápido, o H1N1 concentrou toda a atenção dos cientistas. Logo surgiram vacinas contra o H1N1 e os epidemiologistas baixaram a guarda.

Não sem certa razão. O SARS-COV1 parecia derrotado. O esforço evolutivo para saltar de uma espécie animal (morcego, provavelmente) para pessoas tornou-o menos capaz de se transmitir e pouco letal. Essas características amenas deveriam ser típicas dos novos coronavírus que viessem a aparecer, acreditavam os cientistas. O SARS-COV2 derrubou essas certezas.

Desde sua detecção na China em novembro de 2019, já afetou 5 milhões de pessoas em todo o mundo, matando 326 mil – mais de 18 mil no Brasil. De seu antecessor, ele herdou apenas a baixa letalidade (a proporção de infectados que mata), de cerca de 1%. Mas se aprimorou tremendamente na arte de saltar de pessoa para pessoa e de atingir não apenas o aparelho respiratório, mas, praticamente, todos os demais órgãos do corpo humano. Outros truques evolutivos malignos do SARS-COV2 para se fazer transmitir com maior facilidade:

1) Na fase inicial da infecção, quando é mais transmissível, o novo coronavírus não provoca sintomas sérios – apenas a perda de paladar e olfato, que pode ser passageira e quase imperceptível por muitas pessoas.

2) A falta de ar, sintoma da fase intermediária da infecção, dá ao paciente uma falsa sensação de não ter nada de grave – o incômodo para respirar está lá, mas algumas pessoas contaminadas suportam bem isso. O que é pior: mesmo quando o grau de oxigenação baixa de 93% (limite perigoso medido por um aparelho chamado oxímetro) um paciente, misteriosamente, pode não acusar o dano. Os médicos batizaram essa condição de “happy hypoxia” – ou sufocamento alegre. Por essa razão, muitos pacientes passam direto da fase branda para a aguda, que exige ventilação mecânica em um leito de UTI.

3) Não há ainda certeza de que os quase 2 milhões de pacientes no mundo que pegaram o novo coronavírus e se recuperaram (107 mil deles no Brasil) estejam imunizados contra a doença. É ainda um enigma para os médicos porque alguns pacientes que venceram a doença continuam dando positivo nos testes por quatro, cinco ou até seis semanas.

A charada proposta pelo SARS-COV2 é ainda mais complicada: muitos pacientes recuperados testam negativo, mas algum tempo depois voltam a se positivar. A razão benigna desse fenômeno pode ser o fato de carga viral decair não como uma reta, mas em ondas, de modo que, mesmo diminuindo constantemente, ela pode ter ainda picos que acusam a presença do vírus nos testes mais sensíveis (RT-PCR de quarenta repetições).

A razão maligna, assustadora, mas felizmente, altamente improvável é a de que, ao contrário de todas as epidemias anteriores enfrentadas pela humanidade, a do novo coronavírus não produziria o desejado “efeito rebanho”, situação em que com mais de 60% das pessoas tendo tido contato com o microrganismo patogênico e se imunizado, a disseminação da doença perde força.

4) Há euforia pelo aparente sucesso inicial do laboratório americano Moderna com o teste em 8 voluntários de uma vacina experimental. Todos eles obtiveram imunidade com a vacina da Moderna. Mas não seria de todo impensável que uma vacina aplicável universalmente contra o novo coronavírus seja quase impossível de ser feita. Alguns tipos de vírus, como os retrovírus, o causador da Aids, não são “vacináveis”. O “betacoronavírus”, o gênero de vírus que causa a Covid-19, era tido como “provavelmente não vacinável” até o atual esforço mundial para contê-lo.

A perplexidade da Ciência

A reação inicial dos médicos chineses, dos seus colegas ocidentais e da própria Organização Mundial de Saúde (OMS) foi a de que o SARS-COV2 foi a de se tratava de um bicho igual a seu antecessor o SARS-COV1. Por ser um vírus novo era preciso ter cuidado, mas “nada de pânico”. Uma reportagem da CNN nos Estados Unidos, dia 2 de fevereiro, resumia bem o estado de espírito dominante em relação ao SARS-COV2: “Existe um vírus espalhado por esse país com mais de 15 milhões de americanos infectados e 8 200 mortos só no atual inverno: e esse vírus não é essa tal pandemia é o vírus influenza, da gripe.” A primeira vítima fatal do novo coronavírus nos Estados Unidos só viria 27 dias depois, no dia 29 de fevereiro. Espanha e Itália já sentiam a força do novo coronavírus, mas França, Alemanha e a Inglaterra controlavam bem a doença.

A tranquilidade saltou, sem escalas, para o pânico. O estopim foi uma modelagem de dados feita no começo de maio pelo Imperial College, de Londres, sob a liderança do professor Neil Ferguson. Pelo modelo de Ferguson, hoje caído em desgraça e demitido por ter quebrado sua própria regra de isolamento ao receber a visita de uma amante, as mortes pelo novo coronavírus se contariam aos milhões – e não aos milhares. Só no Brasil, no pior cenário, morreriam 1,5 milhão de pessoas pela Covid-19. Alguns especialistas apontam que o estudo do Imperial College foi produto de uma falha grave do programa de computador em que os dados foram modelados.

Essa reação esquizofrênica dos cientistas ao coronavírus facilitou o caminho para que todo mundo, em especial a classe dos políticos populistas, pudesse se dizer “amparado pela ciência” ao propor qualquer solução — desde o isolamento extremo, com prisão no ato para quem colocar a cara na rua, até a manutenção da normalidade como se nada estivesse acontecendo. Sem que o público tenha a chance de decidir com quem está a razão, dizem em falar “em nome da ciência”, tanto os governantes que incentivam o uso da Cloroquina e da Hidroxicloroquina nas fases iniciais da doença, quanto os que a repelem por seus efeitos colaterais, em alguns casos fatais (caso quem a tome tenha problemas diagnosticados ou não com a manutenção do risco cardíaco).

Passado o susto inicial, a ciência e os médicos conseguiram, pelo menos, “achatar a curva” do número de mortes causados pela Covid-19. Infelizmente, o Brasil não está nessa categoria. Nenhuma surpresa em um país cujo presidente trocou o ministro da Saúde duas vezes em plena guerra contra o vírus e não demonstra o mínimo entendimento do papel de um governante numa pandemia.

Na China sobraram casos residuais do vírus e a prontidão para agir com rigor caso a doença ameace voltar. Nos países do Hemisfério Norte, a chegada do verão, ao mesmo tempo que torna quase impossível manter as pessoas em casa, traz esperança de que as altas temperaturas dificultem ainda mais a propagação do vírus.

Está de pé a decisão de se produzir uma vacina seja qual for o custo e de se encontrar um medicamento capaz de tratar a doença, diminuindo a sua letalidade. Principalmente, a dura lição da Covid-19 parece ter sido aprendida pela ciência e uma nova epidemia, com certeza, encontrará instituições preparadas para detectá-la, avaliá-la e dar-lhe combate no nascedouro.

Tags: coronavírus
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