Quanto mais a cidade melhora sua infraestrutura, mais empresas e serviços impulsionam o progresso do município, dono do 2º maior PIB de SP
A história de Osasco é ligada ao progresso da malha de transporte paulista. Seu centro surgiu e cresceu ao redor da Estrada de Ferro Sorocabana, inaugurada em 1895, que ligava São Paulo a Sorocaba e passava pela área onde se situa a cidade. Osasco, conhecida carinhosamente como Oz, atraiu então empreendedores daqueles tempos, a exemplo do italiano Antônio Giuseppe Agu.
Funcionário da ferrovia, ele comprou por lá uma gleba de terra, entre os córregos Bussocaba e Aguadinha, e se tornou fornecedor de areia, telhas e tijolos para a Estrada de Ferro. Desde o início, empresários foram atraídos pelo local. E isso acontece até hoje. Agora no centro de uma malha rodoviária formada pelas estradas Castello Branco, Raposo Tavares e Anhanguera, Oz é lar de empresas como Bradesco, Mercado Livre e iFood, que ajudam a tornar a cidade a segunda mais rica de SP.

A segunda etapa da série “Os Movimentos das Cidades”, com vídeos, podcasts e editoriais, idealizada pelo Virtù, com produção da equipe do apresentador Marcelo Tas e apoio do Grupo CCR, evidencia a riqueza de Oz. Um município que se tornou ímã para empreendedores inovadores. Na época de Agu, empreendedor do século XIX e considerado patrono da cidade, esse notório osasquense atraiu para a região outros empresários, ávidos por enriquecer. Os principais argumentos do italiano para chamar a atenção dos colegas eram: a proximidade com a capital, à qual se chegava por uma estrada de terra batida; a passagem dos trilhos do trem; a presença do rio Tietê; o projeto de construção de uma linha de bonde para ligar Osasco à área onde atualmente está o bairro paulistano de Pinheiros. Assim, mudaram-se para lá industriais dos ramos de olaria e cartonagem, entre outros. Ao redor da Rua da Estação, estabeleceram-se comércios, residências e centros culturais.
Em 1962, Osasco deixou de ser um distrito de São Paulo e se tornou um município autônomo, após votação da população, justamente por efeito de seu crescimento, então desenfreado. A autonomia permitiu investimentos em serviços de energia elétrica, água, esgoto e transporte para os moradores. Nesse período se consolidou o lema de Osasco, “cidade trabalho”. Enquanto os autonomistas batalhavam pela independência, entre 1952 e 1962, começou a ser construída a Cidade de Deus. Nela, de 1953 a 1959, foi erguida a sede do Bradesco.
“Osasco tem uma localização estratégica. Faz divisa com São Paulo. Fica bem próximo às marginais (Pinheiros e Tietê). Tem acesso fácil ao RodoAnel, e consequentemente às principais vias que ligam São Paulo ao restante do país”, disse Marcos Cerqueira, vice-presidente da DHL, empresa alemã que é a maior do planeta no setor de logística, em entrevista a Marcelo Tas no vídeo de “Os Movimentos das Cidades”. Assim ele resumiu os atrativos contemporâneos da cidade para as empresas do século XXI. Em Oz, a DHL estabeleceu um centro de distribuição de 35 mil metros quadrados.
Recentemente, grandes empresas de inovação têm se mudado para a região. Em 2016, estabeleceu-se lá o Mercado Livre, em uma área de 33 mil metros quadrados apelidada de Melicidade – Meli é a sigla da companhia na bolsa de valores Nasdaq –, ao lado da rodovia Castello Branco. Segundo dados internos da empresa de e-commerce, a escolha foi acertada por ser aquela uma localização acessível aos funcionários – a distância média de deslocamento dos empregados para o escritório se reduziu então de 33 para 17 quilômetros. Dois anos depois, em agosto de 2018, foi a vez do iFood, em um espaço de 12 mil metros quadrados na Avenida dos Autonomistas.
Apesar da fácil acessibilidade a Oz, mover-se pela cidade não é simples. De acordo com a pesquisa INDSAT de 2019, destacada no levantamento de dados feito pela agência Bites para a ação “Os Movimentos das Cidades”, o trânsito é motivo de muita reclamação para 64% dos moradores, e apenas 14% não se incomodam com esse problema.
O Grupo CCR já constatou, por exemplo, congestionamento severo na Castello Branco, bem na região onde está a imensa sede do Mercado Livre. A criação de um novo acesso da rodovia ao município teria potencial de reduzir em 1,5 quilômetro o percurso de entrada na cidade. Seria não só boa notícia para os moradores, como poderia motivar a ida de mais grandes empreendimentos para Osasco.
Oz, com seus cerca de 700 mil habitantes, cresceu em volta de estradas de terra, ferrovias, bondes e, no século XXI, rodovias. Assim foi criada a segunda cidade mais rica de SP, a sexta do país. É com investimento em infraestrutura que Osasco conseguirá continuar a se desenvolver, enriquecer e progredir.

Sou osasquense raiz, filha e sobrinha de emancipadores (autonomistas) e sobrinha-neta do Antônio Menk, que dá nome ao Largo de Osasco.
Parabéns, Osasco!