Moro já deu os primeiros passou em direção à Presidência em 2022. Acusou Bolsonaro de tornar o Estado brasileiro um ente dedicado a servir seus desígnios, e já deve começar a trabalhar para se transformar no herdeiro legítimo do espólio anti-corrupção e anti-PT. Além da crise econômica oriunda da pandemia do coronavírus, o País vai atravessar um período de grande turbulência política com a abertura de inquérito no STF para investigar as acusações do ex-ministro contra Bolsonaro. Essa combinação prejudicará a retomada do crescimento e a confiança dos investidores.
O destino de Moro é disputar a presidência da República em 2022. Para se tornar o candidato competitivo, ele precisa começar a trabalhar já para se transformar no herdeiro do espólio anti-corrupção e anti-PT que levou Bolsonaro a vencer as eleições presidenciais.
Acusações a Bolsonaro
A primeira etapa dessa jornada, Moro cumpriu com louvor. Saiu atirando no presidente da República e denunciando a natureza populista e oportunista de Bolsonaro. Acusou o presidente de não cumprir acordos de autonomia para a escolha técnica de sua equipe; afirmou a constante pressão do presidente para interferir em investigações da Polícia Federal e pressiona-lo para indicar delegados e superintendentes alinhados com os desejos particulares do presidente e com sua agenda política. Em outras palavras, o Estado tornou-se um ente para servir os desígnios do Presidente ao invés da nação.
Aproximação com o Centrão
Moro também insinuou que o voluntarismo de Bolsonaro, sua natureza volátil de não honrar acordos e sua excessiva intervenção em assuntos técnicos podem levar o país a um caminho perigoso. A insinuação de Moro tem fundamento. Bolsonaro está perigosamente se aproximando da ala podre do Centrão, oferecendo cargos e poder para conquistar votos no Parlamento. É o caminho que levou o Brasil a Lava Jato.
Inquérito no Supremo
A disputa entre Moro e Bolsonaro pelo espólio político não será travada apenas no campo político. O procurador-geral da República, Augusto Aras, já pediu inquérito no Supremo Tribunal Federal para investigar as acusações que Moro fez ao presidente Bolsonaro no discurso proferido na sua renúncia do cargo de Ministro da Justiça e da Segurança. Isso significa que o Brasil reviverá o pesadelo político do período que precedeu o impeachment de Dilma Rousseff. Além da volatilidade econômica oriunda da pandemia do coronavírus, o País vai atravessar um período de grande turbulência política. Essa combinação prejudicará a retomada do crescimento e a confiança dos investidores. Preparemo-nos para tempos difíceis.