Municípios paulistas aparecem nas primeiras colocações no estudo apresentado pelo Centro de Liderança Pública. Entre as capitais, as melhores são Florianópolis, São Paulo e Vitória
Barueri ficou no topo mais uma vez no Ranking de Competitividade dos Municípios, cuja segunda edição acaba de ser divulgada pelo Centro de Liderança Pública – CLP. São Caetano, também na Grande São Paulo, ficou na segunda posição e aparece em primeiro lugar no ranking ESG, que foi divulgado pela primeira vez.
O levantamento, que segue critérios semelhantes ao já tradicional Ranking de Competitividade dos Estados, tem o objetivo de mostrar como a comparação de indicadores de desempenho é um elemento fundamental à promoção da justiça, equidade e desenvolvimento econômico e social para promover serviços públicos de mais qualidade.
Nesta segunda edição do Ranking de Competitividade dos Municípios, foram avaliados os municípios brasileiros com população superior a 80.000 habitantes pela estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2019. Neste cenário, 411 cidades compõem o levantamento, correspondendo a 59,75% da população brasileira (126,52 milhões de habitantes). Em 2020, 405 municípios foram avaliados.
Todos os municípios foram avaliados a partir de 65 indicadores, distribuídos em 13 pilares temáticos e 3 dimensões consideradas fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública dos municípios brasileiros. Os pilares são: Sustentabilidade Fiscal, Funcionamento da Máquina Pública, Meio Ambiente, Acesso à Saúde, Qualidade da Saúde, Acesso à Educação, Qualidade da Educação, Segurança, Saneamento e Meio Ambiente, Inserção Econômica, Inovação e Dinamismo Econômico, Capital Humano e Telecomunicações.
Em relação à primeira edição do estudo, foi acrescentado o pilar de Meio Ambiente, além dos indicadores de Qualidade da informação contábil e fiscal, Cobertura de saúde suplementar, Desnutrição na infância, Obesidade na infância, Emissões de gases de efeito estufa, Cobertura de floresta natural, Desmatamento ilegal, Velocidade do desmatamento ilegal e Áreas recuperadas.
Resultados
O município de Barueri (SP) se destaca como o mais competitivo do país seguido por São Caetano do Sul (SP), Florianópolis (SC), São Paulo (SP), Vitória (ES) e Curitiba (PR). A novidade é que a capital catarinense ultrapassou a capital paulista e agora figura no top-3 do levantamento, enquanto Vitória (ES) roubou uma colocação de Curitiba (PR). Por outro lado, as cinco piores cidades seguem localizadas no estado do Pará, respectivamente: Moju, Breves, Tailândia, Tucuruí e Cametá.
A segunda edição trouxe algumas surpresas positivas. A cidade que mais cresceu em relação ao levantamento anterior foi Macaé, no Rio de Janeiro, que subiu da posição de número 264 para a de número 133. No estado de São Paulo, as que mais ganharam posições foram Ourinhos ( de 148 para 84) e Mairiporã (de 269 para 210). Fora do eixo Sul-Sudeste, as cidades que mais apresentaram evolução são do estado de Roraima: Ji-Paraná e Vilhena. A primeira saiu da 282ª para a 196ª, enquanto a segunda foi da 306ª para a 250ª posição.
Região Nordeste
O município mais bem colocado do Nordeste é Recife (PE), na 55ª posição, uma melhora de 45 colocações em relação à última edição. Na sequência, Sobral (CE) aparece na 83ª colocação, obtendo também um expressivo ganho de posições em relação à última edição (38 posições). São os dois únicos municípios da região entre os cem municípios com melhor desempenho no Brasil.
João Pessoa (PB), antigo líder de desempenho da região Nordeste, sofreu a perda de 37 posições no ranking geral e ocupa agora a 3ª colocação no Nordeste e a 107ª colocação.
Região Norte
A cidade melhor colocada na região foi a capital de Tocantins, Palmas, que ocupa a 61ª colocação, uma melhora de seis posições. Além de Palmas (TO), houve uma melhora expressiva de posicionamento no ranking geral entre os primeiros colocados da região Norte: Manaus (AM), Boa Vista (RR), Ji-Paraná (RO), Rio Branco (AC) e Parauapebas (PA), na 145ª, 192ª, 196ª, 207ª e 225ª colocações, respectivamente. Todas essas cidades tiveram expressivo ganho de posições, contribuindo para que, na média, um município da região ocupe a posição de número 327 no ranking geral, uma melhora de cinco posições em relação à última edição.
Região Centro-Oeste
A cidade mais bem posicionada na região foi a capital de Goiás, Goiânia, que ocupa a 79ª colocação, uma melhora de 11 posições em relação à última edição. Na sequência, Três Lagoas (MS), ocupando a 87ª colocação (avanço de 24 posições) e Campo Grande (MS), na 99ª colocação (queda de 6 posições), completam a lista dos três representantes da região Centro-Oeste entre os 100 municípios do país com melhor desempenho.
Região Sul
A região Sul apresenta quatro entre os dez municípios com melhor desempenho no ranking geral: Florianópolis (SC), na 3ª colocação, Curitiba (PR), na 6ª colocação e Porto Alegre (RS), que subiu duas posições na tabela e agora é a 8ª. Jaraguá do Sul (SC), a 10ª colocada no ranking geral, melhorou 18 posições.
Região Sudeste
Os municípios do Sudeste se destacam pelo excelente desempenho, ocupando quatro entre as cinco primeiras colocações do ranking: Barueri (SP), São Caetano do Sul (SP), São Paulo (SP) e Vitória (ES). Na sequência, aparecem Santana de Paranaíba (SP), em 7º lugar, Campinas (SP), em 9º, e Santos em 11º. Já entre as capitais, Belo Horizonte (MG) aparece atrás de São Paulo (SP) e Vitória (ES), na 16ª colocação geral, seguida pelo Rio de Janeiro, na 67ª posição.
Ranking ESG e ODS
A novidade desta segunda edição do ranking dos municípios foi a apresentação do primeiro estudo sobre o desempenho dos municípios brasileiros levando em conta os parâmetros mais modernos de ESG (ambiental, social e governança, na sigla em inglês) e dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da ONU. A iniciativa, feita em parceria com as consultorias Gove e Seall, seguiu os critérios chancelados pela ONU, no caso do ranking ODS, e pela União Europeia, no que diz respeito ao ESG.
Para o diretor do CLP, Tadeu Barros, estes novos parâmetros servem como mais uma ferramenta para os gestores públicos vencerem os desafios de gestão. “Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são globais, mas a realização de cada um deles depende da nossa capacidade de torná-los realidade no país, na região, no estado ou até mesmo no município em que vivemos”, afirma.
O melhor desempenho, tanto em ESG quanto em ODS, ficou com o município de São Caetano do Sul. Já Barueri ficou em terceiro lugar nos rankings ESG e ODS.
Entre os 15 municípios mais bem colocados nos rankings ESG e ODS, grande parte são cidades de médio porte, entre 100 e 500 mil habitantes. Já entre as capitais, São Paulo foi a mais bem colocada no Ranking ODS (2º lugar) e Curitiba ficou como a mais bem colocada no ranking ESG (4º lugar). Em ambos os rankings os municípios paulistas ocuparam quatro das cinco melhores posições.