O governo brasileiro se mostra totalmente fora da realidade. Sua atitude destoa do resto do mundo. Enquanto líderes de todo o planeta tomam medidas audaciosas para evitar uma profunda recessão, as pífias medidas econômicas anunciadas pelo Planalto indicam um governo descolado da realidade de trabalhadores, empresários e empreendedores, que temem perder seus empregos, negócios e vidas. O Brasil não sairá do atoleiro de crises políticas, de uma economia rastejante e da maior taxa de desemprego da história se permanecer liderado de forma instável e errática pelo Chefe do Executivo.
A pandemia do coronavírus foi o primeiro teste de gestão de crise do governo Bolsonaro. A primeira reação do governo ao lidar com a crise foi um desastre. O presidente da República minimizou a gravidade da epidemia e tomou medidas pateticamente tímidas para atenuar o impacto econômico da crise. Enquanto a quarentena por tempo indeterminado aumenta a apreensão de trabalhadores e empresários sobre o futuro dos seus empregos e negócios, o governo trata a crise como algo passageiro e oferece uma ajuda pífia de 147 bilhões de reais e uma tímida redução da taxa de juros para 3,75%. Quando uma epidemia da magnitude do coronavirus é tratada com pouco caso pelo governo, o País demorará mais tempo para se recuperar da crise econômica.
Governo fora gravidade da realidade
A atitude do governo brasileiro destoa do resto do mundo. Nos Estados Unidos, nos países da Comunidade Europeia e da Ásia, governos propõem medidas audaciosas de estímulo fiscal e política monetária para conter a quebra de empresas, as demissões de trabalhadores e o derretimento da economia. O objetivo comum é evitar que o mundo embarque em mais uma profunda recessão. As primeiras medidas econômicas anunciadas pelo governo denotam um Brasil descolado da gravidade da realidade de milhares de trabalhadores, empresários e empreendedores que estão terrivelmente assustados com seus empregos, negócios, e evidentemente a falta de dinheiro, produtos, clientes e principalmente de confiança num governo confuso e despreparado para enfrentar a crise.
Mandetta lidera crise
O principal atributo de um líder em tempo de crise é ser um bom comunicador. Ele precisa mobilizar a sociedade para enfrentar o problema, tranquilizar as pessoas que estão com medo e apreensivas, e reiterar com palavras, ações e exemplo pessoal de que o governo está tomando as devidas providências para atenuar os efeitos da crise. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, seguiu à risca esse receituário. Ele vem se comportando de maneira exemplar: sereno na sua fala, claro nas suas explicações e hábil na sua habilidade de persuadir os governantes a tomar medidas urgentes, o ministro Mandetta poderia ser o líder da crise.
Mas Bolsonaro ofuscou as virtudes do seu ministro da Saúde. Ao tratar a grave epidemia como “gripezinha”, minimizou a apreensão das pessoas e revelou por meio de suas ações e exemplo pessoal que é um presidente errático, emocionalmente instável e incapaz de gerenciar uma crise. Bolsonaro ainda não desceu do palanque para se tornar o presidente de todos os brasileiros. Se continuar a acreditar que pode governar o País apenas com o apoio e confiança da sua claque, o Brasil não sairá do atoleiro de crises políticas, de uma economia rastejando e da maior taxa de desemprego da história.