Artigo de Luiz Felipe D’Avila | Fundador do CLP – Centro de Liderança Pública e Publisher do VirtùNews
A única maneira de o centro democrático vencer as eleições presidenciais em 2022 é por meio da união das lideranças políticas, privadas e da sociedade civil em torno de propostas e de uma candidatura única para enfrentar o populismo de direita e de esquerda.
A candidatura única é grande a chance de esse candidato derrotar Bolsonaro ou Lula. E o motivo é simples: o altíssimo índice de rejeição tanto de Bolsonaro, quanto de Lula, praticamente inviabiliza a vitória desses candidatos em uma eleição presidencial.
Portanto, é fundamental ter foco e objetividade para trabalhar com afinco na construção de uma candidatura únice para em torno uma agenda positiva, com soluções concretas para as questões preementes do País.
O Brasil precisa sepultar de uma vez por todas o câncer do populismo que vem destruindo os país nos últimos 16 anos.
Depende de nós, sociedade civil, lideranças públicas e privadas a construir a real alternativa capaz de vencer o populismo.
Não há tempo a perder com manchetes de jornal, intrigas e fofocas especulando como será um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro.
Estamos perdendo a oportunidade de construir a real alternativa para salvar a Democracia, o Estado de Direito e a Liberdade. Ouça na voz de Luiz Felipe D’Avila:
Agenda e liderança do centro
No artigo ‘Três medidas para vencer o populismo’, Virtù também alertou para a necessidade da rápida organização do centro democrático em torno de uma agenda para o País.
“Hoje, a atuação do centro é marcada pela ausência de ideias, propostas e liderança. Como diz o poeta W. B. Yeats, “o centro não se sustenta. Os melhores sem suas convicções, os piores com as mais fortes paixões”.
A maioria dos eleitores precisa estar convencida de que existem alternativas concretas e líderes preparados para livrar o País do desastroso legado populismo: aumento recorde da pobreza e do desemprego, baixo crescimento econômico, calamitosa gestão da crise da pandemia, descrédito internacional e governos incompetentes e incapazes de reformar o Estado.
Em 1994 o centro tinha um plano (o Real) antes do surgimento da sua candidatura (Fernando Henrique Cardoso). Quando Fernando Henrique se tornou o rosto do Plano Real, venceu o populismo no primeiro turno em 1994 e em 1998. Somente a união do centro em torno da construção de propostas factíveis e de uma candidatura competitiva podem derrotar o populismo nas urnas em 2022.
Curadoria de artigos
+Diante da polarização, o centro político repetirá os erros de 2018?
“Arriscamos enveredar em uma disputa de rejeições: o antipetismo contra o antibolsonarismo. O centro político não tem, no atual cenário, outra tarefa a não ser buscar um candidato de consenso e um programa capaz de se colocar consistentemente como alternativa a Lula e a Bolsonaro.”
Fernando Schüller. Trecho do artigo para a Folha de S. Paulo.
+ A necessária alternativa para o caos
“As lideranças políticas, sociais e empresariais interessadas na democracia precisam urgentemente se organizar para construir, já, uma candidatura capaz de sensibilizar o eleitorado, em especial a parte – seguramente majoritária – que está farta da briga de rua em que se transformou a política brasileira nos últimos tempos.
Esse objetivo, que nada tem de trivial, implica necessariamente que as forças do centro democrático sejam capazes de deixar as vaidades de lado e costurar uma candidatura única. No atual cenário, quando há quatro ou cinco possíveis candidatos desse campo para disputar uma eleição, é porque não há nenhum.”
Trecho do Editorial do Estadão.
+ Fragmentado, centro será ‘esmagado’ entre Lula e Bolsonaro em 2022.
Partidos que não querem nem PT nem Bolsonaro precisarão se unir em chapa única se quiserem ir para segundo turno na eleição presidencial. O que dizem especialistas ouvidos pelo jornal O Globo:
“Para emplacar o centro no segundo turno, você precisa de duas coisas: uma redução muito rápida da fragmentação do campo e alguém que consiga agregar um apoio muito mais espontâneo do que temos agora.”
Andrei Roman, diretor do Atlas Intelligence
“O ideal é que tenhamos um candidato só. É pouco factível e talvez seja sonhar demais, mas precisamos reduzir a pulverização no centro. Mais de duas candidaturas praticamente inviabiliza a participação do centro no segundo turno.”
Bruno Araújo, presidente do PSDB
“O centro já estava se articulando politicamente admitindo ter que disputar com um candidato de Lula. Mas essa decisão do Fachin cria mais a necessidade da unidade”.
Roberto Freire, presidente do Cidadania
“Em 2018, foi mais fácil para esses eleitores convergirem à extrema-direita do que para a centro-esquerda. Mas, para alguns eleitores de esquerda que torcem por uma frente ampla, a única chance será apoiar o candidato de centro, caso seja ele quem vá para o segundo turno.
Lara Mesquita, do Centro Estudos de Política e Economia do Setor Público da FGV
+A epidemia e a política
“Do ponto de vista político, mais que tudo depende de quem vocalize o “outro lado”. Por enquanto o que se vê é uma mídia quase unânime na crítica à falta de condições de quem nos governa para manter um mínimo de coerência na ação. É muito, mas é pouco. Enquanto não aparecer alguém com força para expressar outro caminho viável, o presidente leva vantagem.
É disso que precisamos: de alguém que indique um caminho de superação e permita voltarmos a acreditar em nós próprios. E cujas palavras e ação não se percam na retórica chinfrim, mas animem muitos outros mais a dar vida ao que se propõe. Que se reinvente nosso futuro.”
Fernando Henrique Cardoso. Trecho do artigo para o Estadão.
+Hora de pensar o futuro
“O centro democrático deve se unir em torno da construção de um projeto de país que não passe mais pela degradação política que tanto Bolsonaro como Lula tão bem representam. É hora de egos feridos e vaidades darem lugar à concertação em torno de projetos vitais para o Brasil. Caso contrário, em 2022, os brasileiros estarão diante de uma escolha terrível – uma repetição do passado recente. Editoral do Jornal O Estado de S.Paulo.
+A união necessária para vencer o populismo
“A união do centro democrático é vital para quebrar o instinto adesista que atrai partidos, empresários e o povo para o centro de gravidade do poder governamental. A construção da vitória eleitoral no próximo ano começa já. Não há tempo a perder.
Os partidos do centro democrático têm de se unir para ter um candidato competitivo, capaz de evitar a fragmentação do voto que pavimentou a vitória de Bolsonaro em 2018. Nomes como o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ajudam a agregar as forças políticas e a construir pontes.”
Artigo de Luiz Felipe d’Avila para o Estadão.