Em tempo de crise, o governo tem de focar nas questões urgentes que ameaçam o país. Há cinco medidas cruciais que o presidente Bolsonaro precisa tomar imediatamente. Criar a Câmara de Gestão de Crise do Coronavirus, mobilizar as Forças Armadas, quarentena do Twitter, celeridade no envio das reformas e foco na aprovação das reformas prioritárias no Congresso Nacional
Criar a Câmara de Gestão de Crise do Coronavirus
Quando o País teve a crise do apagão em 2001, foi constituída uma Câmara de Gestão de Crise que tinha poder e autonomia para tomar todas as decisões necessárias sem interferência política. O então ministro da Casa Civil, Pedro Parente, tornou-se o responsável pela Câmara de Gestão; o órgão era o único responsável pela comunicação, divulgação de dados e decisões técnicas para debelar a crise energética. Em tempos de coronavirus, é preciso replicar o modelo e colocar o ministro da Saúde – que está fazendo um ótimo trabalho – como responsável pela Câmara de Gestão da Crise. Somente esse órgão, capitaneado pelo Ministro Mandetta, terá o poder e autonomia de divulgar dados, anunciar medidas, tomar decisões baseada em dados e informações científicas e coordenar as ações emergenciais com os estados e municípios.
Mobilizar as Forças Armadas
Os militares têm uma capacidade ímpar de reunir mão de obra, logística e transporte para atuar em regiões críticas que demandarão força tarefa para conter o alastre de surtos do coronavirus. Além da experiência dos nossos militares em missões de paz em regiões de conflito pelo mundo, os militares possuem o conhecimento, o treinamento e a disciplina para atuar em momentos de crise.
Quarentena do Twitter
Bolsonaro precisa aproveitar a quaresma para fazer voto de silêncio. Manter-se longe do twitter e das redes sociais e deixar de fomentar polêmicas que acirram as disputas políticas e agravam a crise. O confronto com o Congresso criou uma desastrosa retaliação dos parlamentares que, a longo prazo terá um impacto negativo para o país muito mais duradouro que o coronavirus. Trata-se da decisão irresponsável do Congresso Nacional de aprovar uma despesa de R$ 20 bilhões por ano com o pagamento dos Benefícios de Prestação Continuada (BPC) que coloca em risco o teto do gasto e ameaça o esforço fiscal de sanar as finanças públicas.
Celeridade no envio das reformas
O governo precisa enviar urgentemente a reforma administrativa para o Congresso e voltar a retomar o comando da discussão da reforma tributária antes que ela seja definitivamente sepultada – como foi o caso de todas as tentativas fracassadas do passado. É hora de falar menos e fazer mais. O voto de silêncio deveria valer também para os demais ministros. A única voz do ministério que deveria ser ouvida nesse momento é a do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Congresso Nacional: foco na aprovação das reformas prioritárias
O agravamento da crise exige a prevalência do espírito público sobre as rivalidades político-partidárias. Governo e Congresso precisam unir esforços em torno da votação das reformas inadiáveis que estão paralisadas no Congresso, como é o caso da PEC Emergencial e a PEC do Pacto Federativo, assim como o Marco Legal do Saneamento Básico.