Ciro Gomes, Henrique Mandetta e Eduardo Leite discutem os desafios para o Brasil superar a pandemia e reverter a crise econômica e social. Programa Primárias é parceria do Centro de Liderança Pública com o Estadão.
O próximo governo herdará um País traumatizado em 2023. Retrocesso social depois de uma década perdida em termos de crescimento econômico, aprofundamento das desigualdades por causa da pandemia, polarização política. Sem uma liderança capaz de apaziguar ânimos e unir a população sob um projeto comum de longo prazo, não haverá possibilidade de aprovação de reformas realmente efetivas e que coloquem o Brasil de volta na trilha do desenvolvimento.
Um passo importante para a construção dessa liderança política será dado hoje, com a realização do primeiro debate com três possíveis candidatos do centro democrático, a partir das 18h30. O programa Primárias foi organizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) em parceria com o Estadão. É uma iniciativa inédita no Brasil.
No encontro de hoje, estarão presentes três dos possíveis candidatos a liderar as forças do centro democrático na disputa do próximo ano: Ciro Gomes (PDT), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Eduardo Leite (PSDB).
A mediação do debate ficará a cargo do cientista político Luiz Felipe d’Avila, fundador do CLP e publisher do Virtù. Os temas centrais da discussão serão os desafios impostos pela pandemia da Covid-19 e os caminhos para recuperar o crescimento econômico e o desenvolvimento social.
O encontro terá início às 18h30, com 1h30 de duração. Serão quatro blocos. No primeiro, os candidatos responderão a questões do moderador, dos jornalistas e dos leitores do jornal. Nos dois seguintes, os candidatos farão perguntas entre si. No último bloco haverá o espaço para as considerações finais de cada um deles. A transmissão será feita pelo canal do Estadão no YouTube.
Ciro, Mandetta e Leite foram três dos signatários do Manifesto pela Consciência Democrática, divulgado em março. O documento representou uma marco na proposta de unir as lideranças do centro democrático em prol de uma candidatura viável para superar a polarização entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro. Se o centro chegar fragmentado em outubro do próximo ano, os extremos prevalecerão novamente, como em 2018.
Funil das candidaturas
Nas democracias maduras, as prévias eleitorais contribuem para aproximar os eleitores dos possíveis candidatos e afinar a sintonia entre o mundo político e a população. No Brasil, contudo, essa não é a tradição. Com a série de debates que se inicia hoje, o programa Prévias contribui para tornar mais democrático o processo político de seleção de quem deverá representar as forças moderadas na corrida eleitoral de 2022.
Já começou a ocorrer um afunilamento dos nomes. Três possíveis candidatos já anunciaram que não estarão na disputa: João Amoêdo (Novo), o apresentador Luciano Huck e o ex-juiz Sergio Moro. Ao longo dos próximos meses, as negociações políticas vão estreitar o leque de candidaturas — e os debates serão fundamentais para aferir o potencial dos nomes que se apresentam para a disputa. Além de Ciro, Mandetta e Leite, o governador de São Paulo, João Doria, almeja concorrer à Presidência.
Correm por fora outros possíveis candidatos, como o senador Tasso Jereissati (PSDB) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (atualmente no DEM, mas cobiçado pelo PSD de Gilberto Kassab).
O CLP vem realizando entrevistas com presidenciáveis e lideranças políticas envolvidas em uma candidatura que congregue as forças moderadas de centro. Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, e Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, já participaram dos encontros.