O presidente é culpado pela liderança desastrosa durante a pandemia e pela defesa do corporativismo. Mas o Brasil só chegou a Bolsonaro porque antes dele tivemos 14 anos de governos do PT.
Artigo de Luiz Felipe D’Avila, fundador do CLP – Centro de Liderança Pública e publisher do VirtùNews
A revista britânica The Economist publicou uma matéria de capa sobre o Brasil. O título é nada lisonjeiro: “A década sombria do Brasil”. Realmente, vivemos uma década sombria.
Jair Bolsonaro é um ator coadjuvante da tragédia brasileira. Sim, ele é culpado pela liderança desastrosa do País durante a pandemia, que transformou o Brasil num dos recordistas de mortes da Covid. O negacionismo do presidente foi um desastre. Deixamos de comprar vacinas para salvar vidas. Investimos em tratamentos de charlatanismo científico, e o presidente ignorou o uso de máscara e o distanciamento social. O resultado são quase 500 mil mortes.
O verniz liberal do governo foi rapidamente abandonado em troca da agenda do coração do presidente, que é a defesa do corporativismo e o seu repúdio às reformas do estado. Nesse sentido, ele é coerente com a sua trajetória parlamentar. Um deputado do baixo clero, que sempre defendeu o corporativismo.
Mas o Brasil só chegou a Bolsonaro porque antes dele tivemos 14 anos de governos petistas. Responsável pelo maior escândalo de corrupção da história e por preterir a aprovação das reformas do estado pelo aparelhamento e por iniciar a polarização política do nós contra eles, o PT acabou criando a pior recessão do país dos últimos cem anos e desemprego recorde.
Combater o corporativismo, alavancar as reformas modernizadoras do estado, abrir a economia, investir em educação para que a produtividade do nosso trabalhador aumente, e colocar a pauta do meio ambiente no epicentro da retomada do crescimento sustentável, da atração de investimento e do resgate da reputação internacional do Brasil — essas sãos as tarefas para o candidato do centro democrático. Uma coisa é certa: nem Lula nem Bolsonaro são capazes de realizar essas transformações. Ambos são a imagem do fracasso do país tomado pelo populismo de direita e de esquerda.
Se preferir, ouça na voz de Luiz Felipe D’Avila: