Presidente do Conselho Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds) afirma que o País tem potencial para ser o maior vendedor internacional de créditos de carbono e poderá ganhar até US$ 72 bilhões nos próximos 20 anos
O Brasil é o hoje o 7º maior emissor de gases de efeito estufa do mundo. Boa parte do problema se deve ao desmatamento de florestas. O mercado de crédito de carbono será um instrumento decisivo para coibir a derrubada de árvores e incentivar a redução de emissões no País.
No mundo, isso já vem acontecendo, como explica a economista Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds): um número cada vez maior de países tem criado ou taxas específicas sobre as emissões de gases de efeito estufa ou mercados locais de crédito de carbono, ou ainda sistema híbridos, combinando impostos para algumas atividades e créditos de carbono para outras.
De acordo com a economista, os estudos indicaram que, para o caso brasileiro, o melhor sistema para incentivar a redução de emissões será a criação de um mercado local de créditos de carbono, que, no futuro, poderão ser também negociados internacionalmente.
“O Brasil tem vantagens competitivas claras e precisa entrar nesse mercado”, afirma Marina. “Precisamos aprovar a regulamentação. Esse é um desejo das grandes empresas brasileiras.”
O Brasil é o país com o maior potencial para a venda internacional de créditos de carbono. Um estudo do Cebds indicou que a comercialização desses créditos poderá render ao Brasil até US$ 72 bilhões nos próximos vinte anos. Outras estimativas falam em um ganho de US$ 100 bilhões, a depender das cotações internacionais. Para isso, será essencial também o avanço nas negociações sobre como regulamentar internacionalmente essas transações — um dos temas centrais da nova rodada da Conferência da ONU sobre o Clima em Glasgow.