Assim como o time campeão, o Brasil precisa priorizar o cidadão, ter liderança política corajosa e time de gestores públicos obcecados por excelência e resultado.
O Flamengo é um bom exemplo do Brasil que pode dar certo. A conquista dos títulos da Libertadores e do campeonato brasileiro refletem o resultado de um time comprometido com seu torcedor. O torcedor quer um time campeão que só existe se houver uma soma de três ingredientes: liderança, gestão e gente talentosa obcecada com resultado e desempenho.
Trajetória para o título
A mudança de um clube falido e dirigido por cartolas para uma “empresa” bem gerida e que tem o melhor time do país começou em 2012. A chapa “Fla Campeão do Mundo”, liderada por Eduardo Bandeira de Mello e um grupo de flamenguistas oriundo do BNDES, venceu a eleição e assumiu o controle do clube. Herdou uma dívida 750 milhões de reais e 212 milhões de receita. A liderança foi fundamental para enfrentar a cartolagem, promover um corte violento de despesas e contratar uma gestão profissional que incluía torcedores do Botafogo e do Fluminense. Foi um esforço hercúleo de três anos para pagar a dívida, renegociar contratos e aumentar a receita.
Em 2016, o Flamengo estava com o caixa cheio e começou a investir no futebol. Não se constrói um bom time sem dinheiro – muito dinheiro. A boa gestão é o meio que um clube ajunta recursos para investir no que o torcedor quer: um time campeão. Uma equipe que tem caixa para contratar os melhores jogadores e o melhor treinador. Começa, então, um ciclo virtuoso. O time vencedor atrai mais torcedores, mais patrocinadores e mais receita, o que permite o clube a continuar a investir em jogadores.
Exemplo ao Brasil
Primeiro, o Estado tem de priorizar o cidadão – e não a cartolagem da política e do corporativismo. Se o torcedor quer um time campeão, o cidadão quer serviço público de qualidade. Segundo, é preciso liderança política corajosa para remover os entraves legais, constitucionais e burocráticos que criaram um Estado caro, ineficiente e mórbido, que impede o brasileiro de prosperar, inovar, trabalhar, empreender e investir. Terceiro, temos de criar um time de gestores públicos obcecados por excelência e resultado, para que suas ações e políticas públicas entreguem serviço público de qualidade para o cidadão.
Como diz Fred Luz, que foi diretor-geral do Flamengo durante esse período de transformação do clube, hoje candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo partido Novo, “uma sociedade só prospera quando as pessoas do bem são mais ousadas do que as outras”. Essa é a gênese do sucesso no Flamengo e no Brasil.