É vital que o governo brasileiro tome duas iniciativas urgentes para atenuar os efeitos da falta de liderança e de coordenação da crise: a criação de um comitê de gestão da saúde pública liderado pelo ministro Luiz Henrique Mandetta, e a criação de um comitê de gestão econômica composto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, empresários, trabalhadores, agricultores e economistas para formular as medidas urgentes de modo a evitar a quebradeira de empresas, o desemprego em massa e a falta de caixa que podem destruir companhias e famílias. Não há tempo a perder.
O coronavírus implodiu a economia mundial. Nos Estados Unidos, empresas já perderam em torno de 4 trilhões de dólares desde o início da crise. Na semana passada, 2.500 milhões de trabalhadores perderam emprego e buscaram seguro desemprego; um recorde histórico que muito superou o recorde anteriormente registrado durante a crise de 2009, quando 400 mil trabalhadores recorreram ao benefício. Na China, quase metade das empresas de varejo não tem caixa para sobreviver 6 meses. No Brasil, as demissões e os problemas de caixa das empresas já soam o alerta vermelho. Instituições financeiras que previam crescimento econômico de mais de 2% do PIB antes do coronavírus, já fazem projeções de recessão indicando um PIB negativo de 0,7% para 2020.
Comitê de gestão de crise da saúde pública
É vital que o governo brasileiro tome duas iniciativas cruciais para tentar atenuar os efeitos desastrosos da falta de coordenação, liderança e implementação de medidas urgentes e cruciais. A primeira iniciativa é criar um comitê de gestão de crise da saúde pública liderado pelo ministro Luiz Henrique Mandetta – uma das raras vozes sensatas do governo em tempo de crise. Todas as informações, medidas e ações do governo federal com os estados da federação devem ser coordenados e comandados por um único órgão central. Durante uma crise, o comando tem de ser centralizado. Não pode haver poder difuso. As divergências entre o governo federal e estados em alguns temas (como o fechamento de aeroportos e de fronteiras dos estados) só criam mais desinformação, tensão e apreensão.
Comitê de gestão de crise da economia.
A segunda iniciativa é criar um comitê de gestão de crise da economia. É preciso reunir uma força tarefa composta do ministro da Economia, Paulo Guedes, empresários, trabalhadores, agricultores e economistas para formular as medidas urgentes que precisam ser tomadas para evitar a quebradeira de empresas, o desemprego em massa e a falta de caixa que podem destruir companhias e famílias. Essa força-tarefa é vital para dar o pulso da real situação para um governo que parece descolado da realidade e da gravidade da crise.
Não há tempo a perder. Cada hora que passa, o país perde tempo precioso para evitar a escalada da epidemia e o aprofundamento da crise econômica. Trata-se de um momento de união da sociedade e governo, setores público, privado e terceiro setor. Não é hora de proselitismo político, rivalidades partidárias e eleitorais. Tampouco é hora de medidas tímidas e inócuas que apenas colaboram para o aprofundamento da crise econômica e o aumento da desconfiança e a impaciência dos brasileiros com o governo e os com o rumo do País.