Governos vêm protegendo excessivamente os fabricantes nacionais há décadas, e o resultado dessa política é trágico. Um estudo mostra o caminho para tirar o Brasil da armadilha do protecionismo e transformar vantagens comparativas em ativos
Artigo de Luiz Felipe d’Avila, publisher do Virtù News
Um estudo produzido pelo economista José Roberto Mendonça de Barros e pelo professor João Fernando Gomes de Oliveira retrata o efeito desastroso de políticas protecionistas para a indústria brasileira e para o País. Governos de direita e de esquerda vê protegendo excessivamente a indústria nacional há décadas e o resultado dessa política é trágico.
A indústria brasileira perdeu produtividade e competitividade nos mercados mundiais. Isolando-se das cadeias globais de valor e produzindo bens mais caros e de pior qualidade para o brasileiro. Mas o estudo mostra o caminho para tirar o Brasil da armadilha do protecionismo e cita alguns exemplos de setores que demonstram capacidade de transformar suas vantagens comparativas em ativos.
De acordo com os dois autores, existem três componentes indispensáveis para se criar uma indústria competitiva. Primeiro, desenvolvimento tecnológico e aumento de produtividade. Segundo, inserção internacional e participação ativa nos mercados globais. E terceiro, uma sólida estrutura de capital.
Tecnologia e produtividade são essenciais para transformar as vantagens comparativas em ativos. O uso de nióbio em baterias automotivas pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) é um bom exemplo que ilustra a nossa capacidade de criar produtos inovadores de grande demanda global.
A inserção internacional é vital para o desenvolvimento de uma indústria competitiva. O estudo enfatiza que isso não significa apenas exportar, mas ter acesso às melhores oportunidades que o mundo globalizado pode oferecer em benefício da nossa indústria, como investimentos diretos no exterior, ganhos com novos mercados, colaboração com os melhores parceiros em projetos de pesquisa e desenvolvimento, além da ligação com as cadeias internacionais de suprimento. O agronegócio é o melhor exemplo da internacionalização da economia brasileira.
Por fim, o acesso ao mercado de capitais tem o papel decisivo na obtenção de crédito e de fontes de financiamentos de empresas, como debêntures e outros certificados. Nesse sentido, o Brasil vem fazendo algum progresso.
Temos de aproveitar o excesso de liquidez nos mercados globais para atrair investimentos. Mas isso requer esforço para diminuir o atual custo Brasil, que sempre emperra na eterna batalha política contra o corporativismo.
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