Para serem viáveis em 2022, os candidatos do centro terão de reconciliar o Brasil do mercado, que está no Paraíso, o Brasil dos políticos, que vive no Purgatório, e o Brasil da maioria da população, que sofre no Inferno
Artigo de Luiz Felipe D’Avila, fundador do CLP – Centro de Liderança Pública e publisher do VirtùNews
O Brasil parece a Divina Comédia, o livro célebre de Dante Alighieri, o escritor renascentista italiano. No ciclo do Paraíso está o mercado, eufórico com a retomada do crescimento econômico e dos investimentos. A Bolsa de São Paulo bateu o recorde histórico no último pregão da sexta-feira, superando os 120 mil pontos.
No Purgatório, vive a classe política. O Congresso Nacional, dominado pelo Centrão, faz o que sempre fez: Posterga as reformas estruturantes do estado pensa apenas em pautas imediatistas e eleitoreiras, fazendo com que o Brasil perca mais uma oportunidade de reformar um estado que é caro, ineficiente e que presta um péssimo serviço público para a população.
Já no ciclo do Inferno está a maioria dos brasileiros, que sofre com o desemprego recorde, o aumento da miséria e da fome. Enquanto isso, o presidente da República tornou-se o verdadeiro “meme” do desgoverno e do descrédito internacional.
Os candidatos do centro que pretendem se tornar viáveis nas eleições de 2022 terão de reconciliar esses três Brasis: do Inferno, do Purgatório e do Paraíso. Terão de ter propostas concretas para tirar as pessoas do Inferno, terão de ter coragem para enfrentar o corporativismo que impede as reformas do estado e terão de acabar com os privilégios e reservas de mercado, que fazem com que o mercado se regozija no Paraíso com ganhos às custas de um país fechado para o mundo.
Se preferir, ouça na voz de Luiz Felipe D’Avila: