O radicalismo de esquerda é a melhor coisa que pode acontecer para manter a extrema direita no poder.
Lula saiu da prisão fazendo uma leitura errada do contexto político. Seus primeiros pronunciamentos, insuflando a militância a seguir o exemplo de violência do Chile, podem ser desastrosos para ele e para o PT. Se o País mergulhar numa onda de violência desencadeada por Lula, o grande vencedor será o governo. Os fatos demonstrarão que Bolsonaro estaria certo ao denunciar o radicalismo da esquerda, o golpismo de Lula e a incapacidade de o PT aceitar a derrota eleitoral e a alternância do poder.
Moderação e populismo no governo Lula
Foi a moderação que permitiu Lula e o PT chegarem ao poder em 2002. Foi o diálogo com o Congresso, com o mercado e com a sociedade que pavimentou o caminho da retomada do crescimento econômico no primeiro mandato de Lula. Mas no segundo mandato, Lula sucumbiu ao populismo rasteiro de esquerda e começou a cavar o buraco que levou o País ao maior escândalo de corrupção do planeta, ao aparelhamento do Estado e à eleição de Dilma Rousseff, responsável por arruinar a economia e deixar como legado a pior recessão econômica da história do País e a mais alta taxa de desemprego dos últimos 40 anos.
A democracia na América Latina
Se Lula escolher o radicalismo como opção política, poderá seguir o mesmo destino do ex-presidente da Bolívia, Evo Morales. Será obrigado a deixar a vida pública e a se refugiar em algum “paraíso” comunista, como Cuba. O presidente da Bolívia acreditou que poderia fraudar o resultado das urnas, desafiar a Constituição e as Forças Armadas e promover um golpe branco para se manter no poder. O despautério de Evo insuflou o país, mobilizou o Exército, obrigando-o a renunciar o poder e deixar a Bolívia.
Não há mais espaço para revolucionários na América Latina. O apreço à democracia, à liberdade, aos governos constitucionais e à alternância de poder são percebidos como valores fundamentais pela população. São eles que podem garantir os benefícios que os caudilhos e os ditadores fracassaram em assegurar ao povo: igualdade de oportunidade, crescimento econômico sustentável e confiança nas instituições que garantem a liberdade e a democracia.
Está claro que os brasileiros estão cansados de radicalismo e de polarização política. O candidato favorito a vencer as eleições presidenciais em 2022 é aquele que for capaz de unir a centro-esquerda e a centro-direita em torno de propostas críveis para garantir a liberdade econômica, restaurar a confiança na política e nas instituições e enfrentar – sem demagogia e assistencialismo estatal – os problemas estruturais de uma sociedade perversamente desigual e injusta. Se Lula insistir no radicalismo, sepultará sua história política e arruinará as chances de o PT voltar ao poder. O radicalismo de esquerda é a melhor coisa que pode acontecer para manter Bolsonaro no poder.