Para o jornalista, o Supremo inventa leis, censura órgãos de imprensa e assina despachos em favor de seus próprios membros.
“Desde ontem, 15/10/19, não sou mais colaborador da revista “Veja”, na qual entrei em 1968, quando da sua fundação, e onde mantinha uma coluna quinzenal desde fevereiro de 2008”. Assim começa a carta de despedida do jornalista José Roberto Guzzo, que teve sua última colaboração recusada pela revista, o que, para ele, significou um rompimento definitivo.
J.R. Guzzo, como ele assinava seus textos, se despediu da revista em uma carta com o estilo, a inteligência e a dignidade que marcam sua atuação no jornalismo: “A liberdade de imprensa tem duas mãos. Em uma delas, qualquer cidadão é livre para escrever o que quiser. Na outra, nenhum veículo tem a obrigação de publicar o que não quer. Ao recusar a publicação da coluna mencionada acima, “Veja” exerceu o seu direito de não levar a público algo que não quer ver impresso em suas páginas. A partir daí, em todo caso, o prosseguimento da colaboração ficou inviável.”
Na coluna recusada pela revista com o título “A fila anda”, Guzzo critica o Supremo Tribunal Federal (STF) e informa aos leitores que a esperança de ter melhores ministros é “esperar que completem 75 anos de idade. Aí não podem ser salvos nem por seus próprios decretos. Têm de ir embora.”
Virtù obteve a íntegra da coluna e a aprovação do autor para sua publicação. Abaixo os principais trechos: