Virtù News entrevista Sérgio Gusmão Suchodolski, presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais. Advogado com mestrado em Harvard, Suchodolski foi diretor do New Development Bank (“Banco do BRICS”), na China. Na conversa, comenta o novo papel dos bancos de desenvolvimento como catalisadores de investimentos privados.
Os bancos públicos de desenvolvimento possuem um papel histórico de atuação anticíclica nos momentos de crise, afirma Sérgio Suchodolski. Além disso, cumprem um papel na correção de falhas de mercado, ou seja, tornam possíveis projetos que dificilmente seriam viáveis sem um apoio. “Em momentos específicos, é importante a atuação dos bancos públicos”, diz ele. “Países como Alemanha e Coreia do Sul têm bancos de desenvolvimento robustos. A Inglaterra acaba de criar o seu.”
Mas a atuação dessas instituições deve ser estratégica e se pautar para contribuir sobretudo com a inteligência técnica, e não liderando grandes projetos. Esse deve ser o escopo de atuação de um banco de desenvolvimento hoje. Segundo Suchodolski, essa atuação é particularmente essencial na infraestrutura, como vem ocorrendo com o saneamento.
“Temos um déficit muito grande de investimento na infraestrutura em todo o mundo, e no Brasil não é diferente. Os bancos públicos sozinhos não conseguem financiar os projetos necessários”, afirma.
00:11 Novo modelo de bancos de desenvolvimento
04:59 Projetos em Minas Gerais
09:09 A mobilização do capital privado
12:17 Diversificação dos investidores
13:31 Cenário pós-pandemia
“Os bancos de desenvolvimento devem ser catalisadores dos investimentos privados, contribuindo com o conhecimento e trazendo credibilidade, para, por exemplo, atrair investidores estrangeiros que talvez não conheçam bem como funciona a execução de projetos no Brasil”, diz o executivo.
Na entrevista, Suchodolski comenta ainda a importância da aprovação do PL das debêntures, o Projeto de Lei 2646, que cria uma nova categoria de instrumentos financeiros para incentivar a captação de recursos privados para projetos em telecomunicações, logística, saneamento e energia. “Serão papéis atraentes para alocar recursos privados, dos investidores institucionais.”