O desenvolvimento da cidade, na qual há um polo com 600 fábricas, além de dezenas de startups, andou em compasso com o estabelecimento da região como um centro vital para o vaivém de produtos e pessoas
“Localização, mobilidade e logística estão no DNA da cidade”, disse Marcelo Tas no terceiro episódio da série de vídeos e podcasts “Os Movimentos das Cidades”. Idealizada pela Agência Virtù, com produção da equipe do apresentador Marcelo Tas e apoio do Grupo CCR, a ação, que já contemplou Barueri e Osasco e vai, ao todo, tratar de dez municípios paulistas, agora se volta para Sorocaba. Uma região que historicamente funciona, na definição de Tas, como “eixo comercial entre várias regiões do Brasil”.
A economia local começou a ser construída ainda por indígenas, primeiros a povoar a região, há 10 mil anos. Eles construíram o caminho Peabiru, uma estrada rústica transatlântica pela qual chegavam até os Andes. No século XVI, esse mesmo trajeto foi utilizado por bandeirantes, missionários, trabalhadores das minas, assim como por empreendedores de vários períodos do Brasil. Por desempenhar esse papel central no vaivém não só no país, como na América do Sul, logo a área de Sorocaba se transformou em referência também de tropeiros, fornecedores de mulas para os viajantes.
Em 1875, a inauguração da Estrada de Ferro Sorocabana trocou os equinos pelos trens. Os trilhos atraíram uma indústria têxtil de influência inglesa, e por isso a cidade foi apelidada de “Manchester Paulista”. Com o tempo, as estradas substituíram a ferrovia, o que chamou a atenção de outros mercados. “A proximidade da capital e a facilidade de locomoção pelas rodovias Castello Branco e Raposo Tavares favorecem”, concluiu Marcelo Tas no vídeo de “Os Movimentos das Cidades”.
Segundo a concessionária CCR, responsável por sua administração, a Raposo Tavares passou a ser, desde 2010, um dos principais vetores de desenvolvimento da região de Sorocaba. Com isso o tráfego na rodovia aumentou em 40%. Entretanto, com a implementação de marginais, duplicando as pistas, os trechos com essas melhorias ficaram mais seguros. Entre 2014 e 2019, houve redução de 17% nos acidentes, de 28% na quantidade de feridos e de 55% na de óbitos.
As estradas levaram desenvolvimento para a cidade. Formou-se um polo industrial com 600 fábricas, de setores como o de eletrônicos, o automotivo e o de telecomunicações. E mais de 40 startups se estabeleceram em Sorocaba. Tão somente o parque dedicado às indústrias gera 50 mil empregos.
O cenário positivo fez da cidade um ótimo lugar para se viver. De acordo com a pesquisa Desafios da Gestão Municipal 2020, da consultoria Macroplan, Sorocaba é o 6º melhor município em gestão pública entre as 100 maiores cidades do país, à frente de capitais como São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba. E é o primeiro do ranking no quesito “coleta de lixo”, o 9º em “educação”, o 18º em “saneamento e sustentabilidade” e o 19º em “segurança”.
As qualidades sorocabanas tornaram a cidade o centro da economia local. Mairinque, Votorantim e Piedade estão entre os municípios próximos que se beneficiam do progresso de Sorocaba. Um exemplo disso é o fato de o Hospital Regional Dr. Adib Domingos Jatene ser referência para a região. Em consequência da alta demanda, contudo, como apontam dados da ouvidoria geral local, entre dezesseis serviços públicos analisados, “saúde” teve a pior avaliação.
Evidencia-se como o desenvolvimento de Sorocaba, que fez despontar a indústria e também possibilitou o bem viver sorocabano, andou em compasso com o estabelecimento da cidade como um centro vital para o vaivém de produtos e pessoas. O município, referência para a região, continuará a evoluir conforme ele melhor desempenhar esse papel, assim solidificando uma tradição histórica que remonta ao Peabiru, aquele caminho transulamericano aberto por indígenas há séculos.
Como se diz em Sorocaba, “intê”. E continue a acompanhar a série “Os Movimentos das Cidades”, idealizada pelo Virtù News, com o apoio do Grupo CCR. Ao todo serão dez municípios contemplados. A próxima parada será em Tatuí.