A imprensa ainda não saiu do verniz. Análises baseadas em fofocas, bastidores e conchavos partidários não esclarecem ao cidadão uma questão fundamental: qual o grau de comprometimento dos candidatos à sucessão de Rodrigo Maia e David Alcolumbre com a agenda que o Brasil precisa urgentemente votar? Estamos em uma encruzilhada histórica. Um Congresso comprometido pode colocar a nação no caminho do crescimento.
A leitura superficial sobre as consequências políticas da decisão sensata do Supremo Tribunal Federal de fazer valer o artigo 57 ( §4), que proíbe a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado “na eleição imediatamente subsequente” aos mandatos exercidos, é estarrecedora. A decisão do Supremo foi interpretada pela imprensa como uma partida de futebol, onde há perdedores e vencedores. Na visão de uns, o DEM saiu derrotado – porque perderá o comando da Câmara e do Senado – , e Bolsonaro saiu fortalecido – porque seu principal candidato para presidir a Câmara, deputado Arthur Lira, torna-se forte concorrente para o cargo ocupado por Rodrigo Maia.
Análises superficiais sobre “vencedores” e “perdedores” não contribuem para esclarecer ao cidadão a questão fundamental para o País: qual é o grau de comprometimento dos candidatos à sucessão de Rodrigo Maia e David Alcolumbre com a agenda modernizadora que o Brasil precisa urgentemente votar?
Em vez de reportar futricas sobre conchavos partidários e fofocas de bastidores, seria útil submeter os candidatos aos dois cargos mais importantes do Legislativo às sabatinas da imprensa para os cidadãos conhecerem melhor o comprometimento dos postulantes com as seguintes pautas:
1) Reformas administrativa e tributária;
2) Votação de projetos de lei que são vitais para aumentar a segurança jurídica;
3) Zelo pelas pautas fiscais para assegurar a solvência do Estado;
4) Aprovação das pautas para impulsionar a retomada da economia e do emprego;
5) Assegurar a votação de um programa de renda aos mais pobres sem furar o teto do gasto;
6) Regularização das medidas ambientais para o Brasil voltar a crescer de maneira sustentável: regularização do CAR, licenciamento ambiental, regulamentação do Código Florestal e Lei do Desmatamento Ilegal Zero.
A lista completa dessas medidas foi reunida pelo Unidos pelo Brasil, um movimento da sociedade civil que defende a agenda modernizadora do País. O Brasil precisa de menos fofoca. De mais trabalho duro e articulação política em torno da aprovação de medidas objetivas e urgentes, que tirem o País do atoleiro da estagnação econômica, do alto desemprego e do baixo investimento privado.
Um Congresso comprometido com a pauta modernizadora do País pode colocar a nação no caminho do crescimento. Estamos numa encruzilhada histórica. As escolhas que o Parlamento fará nos próximos meses determinará se vamos vislumbrar a volta do crescimento e de dias melhores, ou se vamos continuar a marcha da insensatez que nos levará às crises econômica, política e social.