Embevecido com o poder e com desejo de adular o presidente, o ministro da Saúde abandonou os preceitos da ciência para se render ao populismo. É o retrato de um governo à deriva, que aumenta a instabilidade política, econômica e social
Artigo de Luiz Felipe d’Avila, publisher do Virtù News
Abraham Lincoln, um dos grandes presidentes dos Estados Unidos, dizia que, se queremos testar o caráter de uma pessoa, dê a ela o poder. O ministro da Saúde não passou pelo teste de Lincoln.
Embevecido com o poder e com desejo de adular o presidente da República, o ministro Marcelo Queiroga abandonou os preceitos da ciência para se render ao populismo político. Sua decisão de suspender a vacinação de adolescentes passará para a história como mais um triste episódio do triunfo da ignorância sobre a ciência e o conhecimento. A decisão do ministro foi condenada por todas as entidades médicas e científicas, que recomendam a vacinação dos jovens como algo vital para conter a propagação da Covid-19.
Num país onde 96% da população quer ser vacinada, o governo nega o direito aos jovens esse direito e retarda a capacidade da sociedade de enfrentar a pandemia. Numa nação que precisa desesperadamente gerar renda e emprego para mais de 14 milhões de desempregados, o governo retarda a retomada do crescimento da economia com o impedimento da vacinação dos jovens.
A decisão do ministro Queiroga demonstra que a hemiplegia ideológica que dita as políticas de Bolsonaro continuará a cavar a ruína do próprio governo. Como demonstram as pesquisas de opinião pública, mais da metade dos brasileiros considera o governo ruim ou péssimo. É o retrato de um governo à deriva, que a cada dia dá um tiro no pé e aumenta a instabilidade política, econômica e social no País.
Se preferir, ouça na voz de Luiz Felipe d’Ávila: