O economista analisa o impacto econômico e social da pandemia em um cenário que considera o ritmo da imunização, a eficiência das medidas de proteção para a população, a falta de articulação do Governo Federal e o caos de informação.
VirtùNews entrevista o economista Thomas Conti, cientista de dados, professor do Insper e do Instituto do Direito Público (IDP-SP). Conti tem se destacado na divulgação de estatísticas e análises sobre a Covid-19. Foi um dos autores da Carta aberta à sociedade referente a medidas de combate à pandemia, assinada originalmente por 180 economistas e empresários, mas que acabou ganhando o apoio de mais de 1.500 representantes na sociedade civil.
00:12 Falta de vacinas e de articulação do Governo Federal
03:55 O impacto econômico da pandemia
06:20 Combinação de medidas de impacto
08:57 Caos de informação
Conti comenta o erro do governo federal ao fechar, inicialmente, acordo com apenas um único fornecedor de vacina. O País deveria ter apostado em ao menos três ou quatro das opções mais promissoras. “Muitas mortes poderiam ter sido evitadas se tivéssemos conduzido melhor a questão das vacinas”, afirma Conti. “Agora sofremos com a falta de doses e com falhas no Programa Nacional de Imunizações, o PNI.”
O economista analisa os efeitos econômicos e sociais da pandemia. No ritmo previsto da imunização, em que a população mais jovem estará vacinada apenas em meados do próximo ano, o cenário previsto é de uma grande frustração da retomada prevista para este ano.
Conti diz que uma ação de grande impacto e relativamente barata para proteger a saúde das pessoas mais vulneráveis seria a distribuição de máscaras mais eficientes. Isso, contudo, não vem ocorrendo. Ele fala também do impacto negativo causado pela falta de liderança na estratégia de combate à pandemia. A recomendação seria ter um grupo técnico para coordenar a comunicação – e não políticos com interesses enviesados.